Eu estava
na escola quando a diretora foi até minha sala e me chamou. Disse que minha mãe
estava no telefone e queria falar comigo urgentemente.
-Filha?-Oi mãe, o que aconteceu?-Você não vai acreditar!-O que?-O seu pai ligou e disse que nós vamos para o Canadá!- Como assim?-Ele foi promovido e agora vai trabalhar viajando. Ele quer que nós o acompanhamos nessa primeira viagem. -Meu Deus! Sério?-Sim. Daqui a pouco ele vai passar ai para te buscar. Nós vamos hoje mesmo. –disse- Ah... E se a diretora da sua escola perguntar o que nós estávamos falando, diga que seu pai vai passar ai, pois sua tia deu a luz!Minha mãe era hilária, sempre fazendo piada de tudo. Ela não é aquela mãe que só pega no nosso pé.
Fiquei aguardando meu pai. As 3 primeiras aulas passaram rápido demais. Chegou o intervalo e fui até o portão de entrada ver se o avistava. Nada. Nem sinal de meu pai.
-Ei, fã do biba. –alguém disse A fúria tomou conta de meu corpo. Virei-me e disse delicadamente: -Não sou sua fã não querido. O garoto apenas riu e saiu andado. Eu não aguentava mais isso. Todos os dias eram a mesma história. Incrível, nesse mundo não podemos gostar de algo que logo vem milhões de pessoas sem nada a fazer nos julgar. Ainda bem que poderia ficar um tempo longe desse lugar estressante chamado “escola”. Ouvi um barulho de carro sendo estacionado. Voltei a olhar além do portão e vi meu pai saindo do carro. Pedi para que abrisse o portão, meu pai estava apressado.
Cheguei em casa e fui correndo tomar um banho. Arrumei minhas malas rapidamente para não perdemos o vôo. Peguei blusas, calças, tênis e botas porque no Canadá era muito frio. Não poderia esquecer do meu notbook. Ele seria meu meio de contato com minhas amigas virtuais. Sim, eu tenho muitas no meu FC. Esqueci de contar... Eu sou fã do Justin. Sim, Justin Drew Bieber. Sou uma Belieber para ser mais exata. Eu o amava, fazia de tudo para ele me notar, mas infelizmente nunca conseguia o que queria. Mas como ele diz: "Nunca Diga Nunca”, devemos acreditar nos nossos sonhos, pois nada é impossível! Terminei de me arrumar e fui até o carro guardar minhas malas.
Enfim, fomos para o aeroporto e embarcamos. O assento de meus pais era longe do meu.Me sentei e tentei pensar em algum motivo para ficar triste por minha partida inesperada. Nada. Não tinha amigos verdadeiros, minha família morava longe e eu nem se quer gostava da cidade. Um garoto tirou minha atenção. Pediu licença educadamente e se sentou ao meu lado. O capuz vermelho cobria seu rosto. Ele aparentava ter 16 anos, por ai. Parecia ser bonito... Tudo bem vamos voltar para a história. Sem distrações.
Eu nunca tinha entrado em um avião antes. Fiquei um pouco nervosa. Tudo bem, não um pouco, mas muito nervosa. Minha mão começou a soar. Fiquei batendo o pé no chão do avião. O garoto que estava sentado ao meu lado percebeu que eu estava nervosa.
-Esta tudo bem com você? -perguntou-Ahh... Claro! - tentei soar confiante
-Hum. Você nunca esteve em um avião antes não é?-Como você sabe?-Eu acho que isso esta bem visível. -disse olhando para minha perna que por sinal não parava de tremer-Eu posso estar com frio. -joguei-Você está com frio?-Não! Mas era uma das opções...Ele riu e continuou:-Eu também estava assim na primeira vez em que estive em um avião. Foi louco! Minha mãe e eu ficávamos olhando pela janela com medo, apenas vendo as pequenas pessoas lá embaixo. Bem, eu acho que eram pessoas, mas minha mãe diz que são casas.-E como você ficou?-Do mesmo jeito que você... Batendo os pés no chão e com a mão suada. -ele parou e pegou em minha mão, confesso que fiquei envergonhada – É. Suas mãos estão suando.